Foi um sucesso quase inesperado. Pelo número de participantes, pela presença do público, pela participação dos mais destacados protagonistas do sector e ainda pela inclusão de todos os grandes vinhos no concurso.
O resultado final do I Festival do Vinho do Douro Superior apanhou de surpresa até os próprios organizadores, mas o maior impacto terá resultado mesmo da quantidade de novos produtores presentes no certame e da qualidade dos vinhos que ali levaram. Muitos deles absolutamente desconhecidos, mesmo para os mais atentos e próximos às questões do mundo vitícola.
Além das mais de 200 marcas de vinhos dadas a provar pelos mais de 50 produtores presentes e dos mais de seis milhares de visitantes que durante os dois dias passaram pelo pavilhão ExpoCôa, em Vila Nova de Foz Côa, o interesse do evento mediu-se ainda pela audiência que permanentemente esgotou a lotação da ampla sala de conferências onde foram debatidos temas de carácter técnico ligados ao cultivo da vinha e à produção de vinhos.
Questões como as castas e os clones mais adaptados às características da região, o modo de gestão biológica da produção, as pragas e doenças da vinha ou os efeitos das mudanças climáticas, que contaram com a participação de personalidades tão reputadas no meio como José Maria Soares Franco (Duorum Vinhos), Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão), Alexandre Mariz (Symington Family Estates) ou António Magalhães (Taylors, Croft e Fonseca).
O interessado público bebeu ainda ensinamentos sobre O vinho Douro DOC para além das tourigas, numa palestra com Jorge Moreira e Rui Soares (Real Companhia Velha) e pôde ainda assistir a um acalorado debate sobre a autorização ou não de sistemas de rega, com o intransigente David Guimaraens (Fladgate Partnership) a trocar argumentos com Luís Sottomayor (Sogrape), Dirk Niepoort (Niepoort Vinhos) e Teresa Ameztoy (Ramos Pinto), defensores dos benefícios da rega em períodos de extrema aridez.